O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sisepe), Cleiton Lima Pinheiro, afirmou que a exoneração de 15.565 servidores públicos comissionados do Estado vai sobrecarregar os efetivos. Em entrevista coletiva com a imprensa, o secretário estadual da Administração, Lúcio Mascarenhas, comunicou que a partir do dia 14 de janeiro, a lista estará publicada no Diário Oficial.
“Sem dúvida que estas exonerações vão sobrecarregar o efetivo da máquina administrativa do Estado. Por exemplo, há órgãos no Estado que 80% do quadro são cargos comissionados. Exonerando estes servidores vai sobrar para nós efetivos, que temos trabalhar ainda mais”, avaliou o presidente.
Para ele, além de sobrecarregados, os efetivos não vão dar conta de atender a demanda da população. “Um atendimento com decência para a população como é defendido pelo governo, não será oferecido. Como vai ficar agora?”, questionou Pinheiro.
“A decisão de exonerar neste momento em que o Estado passa por reestruturação deveria ter sido mais bem avaliada”, criticou.
Para o Sisepe o ideal seria criar primeiro a nova estrutura do governo. “Não exonerar e depois esperar um tempo para nomear de novo, pois a estrutura precisa do servidor”, explicou o presidente, interrogando como ficará o servidor que cuida da limpeza, por exemplo.
“Como vão ficar estes prédios com esta exoneração? Como vão ficar os servidores de serviços gerais, ou seja, os porteiros, merendeiras, vigias? E os motoristas que dirigiam as ambulâncias e eles são comissionados?”, interrogou Pinheiro.
Ainda segundo o presidente, é preciso que o governo refaça uma avaliação sobre esta decisão. “Não tenho conhecimento do critério utilizado pelo governo, mas para sanar o desfalque é preciso que seja realizado de imediato um concurso público”, ressaltou e fez questão de lembrar que existe um concurso em tramite judicial que para o qual o governo precisa tomar um posicionamento. “Anula ou valida”, enfatizou.
Funcionários fantasmas
Durante a coletiva, o secretário afirmou que nesses primeiros dias de governo, os secretários fizeram uma “varredura” em suas pastas e detectaram a ausência de muitos servidores comissionados. “Quem não trabalha precisa ser exonerado, mas o servidor que trabalha será defendido”, esclareceu Pinheiro.
Segundo Mascarenhas, cerca de três mil pessoas não comparecia ao local de trabalho, não tinham ponto e podem ser classificadas como “funcionários fantasmas”. Todos esses fazem parte do grupo dos 15 mil que serão exonerados.
Fonte: Portal Cleber Toledo (Texto: Raimunda Carvalho)