Palmas - A contratação para cargos que não existem no Plano de Empregos, Carreiras e Salários da Unitins e a acumulação de cargos por contratados são outras denúncias feitas por servidores ao Ministério Público Estadual (MPE).
Existem atualmente oito funcionários ocupando o cargo de engenheiro de software, segundo a folha de pagamento do mês passado, publicada no site da instituição. Esses funcionários recebem cerca de R$ 3.500 mensais, valor superior ao recebido por funcionários concursados que desempenham serviços similares, que é a de R$ 2.470,51 mensais (valor do piso).
De acordo com servidores da Unitins, que preferem não se identificar, esses engenheiros estariam desempenhando as mesmas funções dos analistas de tecnologia da informação. Na Lei Estadual nº 2.317 de 2010, que institui o Plano de Empregos, Carreiras e Salários da Fundação da Unitins, não consta o cargo de engenheiro de software.
Também há na denúncia os nomes de dois funcionários contratados que estariam acumulando funções dentro da instituição. No entanto, em uma pesquisa feita na folha de pagamento o número é atualizado para dez pessoas. Uma delas estaria acumulando três funções e recebendo o equivalente a R$ 7.967,29. Essas denúncias fazem parte da investigação do MPE que será enviada ao Ministério Público do Trabalho.
Um servidor ressalta que existe uma crescente insatisfação dos concursados da instituição por causa do sucateamento do quadro de efetivos. "As contratações são barganhas políticas. Os gestores da Unitins usam o cargo para beneficiar aliados que passam anos sugando o dinheiro público. O maior problema é que esses servidores são mais valorizados que os funcionários de carreira."
Justificativa
Em nota, a Unitins ressalta que não existe nenhum empregado com duplicidade de vinculo empregatício e que os servidores que aparecem mais vezes na folha de pagamento recebem uma segunda remuneração referente a projetos e convênios firmados com outras instituições e são mantidas com recursos das instituições.
Quanto ao cargo de engenheiro de softwarre, o reitor da universidade, Joaber Divino Macedo, afirma houve a necessidade de contratação dos profissionais. Segundo o reitor, foi necessária a contratação desses profissionais para a assistência técnica do ensino a distância. "Nós fizemos uma pesquisa de mercado para a contratação desses profissionais e em nenhum lugar eles recebem menos que R$ 3.500." (Alessandra Sousa)