19/11/2013 11h51min | ||
O abismo entre a versão e a verdade no caso Igeprev: vergonha pouca é bobagem! | ||
Nota assinada pelo presidente do Conselho Administrativo lança cortina de fumaça sobre os fatos, admite incompetência em gerir fundos e joga rombo no colo da oposição: é o extremo da cara de pau... | ||
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Amigos, é de causar espanto a nota divulgada no final da tarde de ontem pelo governo do Estado, via sua assessoria de comunicação, assinada pelo secretário Lúcio Mascarenhas, presidente do Conselho de Administração do Igeprev. Nela a falta de sensibilidade do governo com o assunto chega ao extremo e beira as raias do ridículo, na tentativa de imputar as aplicações criminosas feitas NESTE GOVERNO, com o aval do Conselho - incluindo aí o ex-presidente, secretário Eduardo Siqueira Campos que assinou suas atas – ao principal adversário do governo em toda e qualquer pesquisa de intenção de votos feita neste novembro: Marcelo Miranda. Sem explicação plausível para o que fez – ou permitiu fazer – o governo tenta politizar o assunto às avessas. Não tem como dar certo. O motivo é simples: as aplicações em fundos podres, de risco, fora das normas do Banco Central foram realizadas NESTE GOVERNO e foram apontadas exaustivamente pela equipe técnica de auditores do Ministério da Previdência Social. Relatórios devidamente entregues ontem, pelo presidente do Pros, Ataídes Oliveira à Procuradora Geral de Justiça, Vera Nilva, como mais um incentivo ao MPE para que seja firme no caso. Tentando tapar o sol com a peneira As perdas são inegáveis. Os apontamentos dos auditores, irrefutáveis. Por isso, não se sabe se é de rir ou de chorar o seguinte trecho – item 15 - da nota assinada por Mascarenhas: "No atual momento não se comprovou qualquer prejuízo por gestão fraudulenta ao Fundo de Previdência e, consequentemente, a nenhum dos beneficiários do IGEPREV”. Trata-se de uma fragorosa mentira. Escrita, assinada e distribuída oficialmente pelo governo que - numa avaliação amena - permitiu o rombo, na incompetência que admite e atesta no item 9 da mesma nota, onde sustenta não ter condições para gerir estes fundos. A nota que pode ser conferida na íntegra aqui admite: "A política salarial do Serviço Público no País impossibilita a contratação de funcionários especializados dessa area”. Então o governo admite que Rogério Villas Boas não era especializado na área? Que o Professor Rodrigo Alexandre Gomes que o sucedeu não é especializado na área? Que não dá conta de gerir o fundo? Caros, isso é um atestado de incompetência assinado em praça pública. A gestão dos recursos do Igeprev foi desastrosa nos últimos dois anos. Não há qualquer dúvida sobre isto. Toda cortina de fumaça lançada sobre estes fatos, números, relatórios, só serve para aumentar a indignação do cidadão tocantinense com os ares de paisagem que faz o governo diante da situação. É a técnica do avestruz: enfia a cabeça na areia, deixando o traseiro pomposo de fora. E julga que por que não enxerga o que não quer ver, ninguém mais enxergará. Vergonhoso. Repugnante. Excesso de arrogância e falta de humildade Quando é que os nossos politicos/gestores aprenderão a lição dos Americanos que apanhados em flagrante delito, pelo menos se desculpam em público das bobagens que fazem? Ou a humildade dos japoneses? Tudo bem, seria pedir demais que na nossa cultura quem rouba ou deixa roubar se auto acuse, se martirize, se flagele e vá para casa. O que o presidente do Conselho de Administração do Igeprev faz nos primeiros pontos da nota é um mergulho no passado para dizer que Siqueira criou o Ipetins, prejudicou os servidores que se aposentaram antes de 2004 (e imputa a Marcelo Miranda a pecha de ter utilizado de prática eleitoreira ao resgatá-los) e que assim garantiria a viabilidade do fundo de previdência do servidor. Resumindo o que Mascarenhas tenta nos dizer: é o Siqueira que fez, é o Siqueira que faz. Só que não faz mais. Infelizmente. Acabou-se a era das grandes realizações e da rédea curta com o dinheiro público. Restou uma pálida sombra do administrador. Uma pena! Atacando os sindicatos Mas a nota não para por aí. Outro ponto: a tentativa de desacreditar os sindicatos. Ao lembrar um episódio isolado, mas verdadeiro - em que numa aplicação errada, os ex-gestores do Igeprev na gestão Miranda levaram o instituto ao prejuízo, motivo pelo qual respondem até hoje à justiça – Mascarenhas, em nome do governo, não só expõe o abismo entre o que o governo Miranda deu de prejuízo ao servidor em comparação com o seu. Ele critica o que considera omissão dos sindicatos no passado. Como se isto os impedisse de questionar qualquer coisa agora. Tipo assim: “não criticou meu adversário, não tem moral para me criticar”. Coisa de criança. Não se sabe ao final da nota, quem mente mais. Se o presidente do Conselho Administrativo, a afirmar que Marcelo Miranda comprometeu lá atrás a capacidade de pagamento do Igeprev das aposentadorias dos servidores estaduais. Ou se o presidente afastado do Igeprev. Aquele, que em entrevista a este Portal afirmou que o instituto não tinha problemas de caixa. E estava saudável o suficiente para garantir mais 20 anos de pagamentos a aposentados. De resto, há que se rir da tentativa de defender os investimentos na rede Porcão, que a nota afirma ter sido um dos mais lucrativos “na casa dos 12,5%”. Ou da desculpa esfarrapada de que para pagar os 4 mil servidores incluídos por Miranda, o Igeprev teve que adotar uma postura “mais agressiva, arriscada”, no mercado. Dormindo sobre os erros do passado Por fim, tem a questão do Igeprev pagar pelo PlanSaúde. Uma prática tão criticada pelo secretário Eduardo Siqueira, no começo do governo, quando ainda respondia pelo Planejamento e que silenciosamente o governo manteve. Embora sabendo que está errada. Como justificá-la? Na verdade, fosse menos arrogante, o comando do Palácio, poderia ter evitado passar tamanho recibo de fragilidade, incompetência e má fé ao tentar tirar da sua conta o estrago que fez e jogá-la no colo adversário. E fosse mais humilde, poderia se mirar no exemplo da Prefeitura de Palmas, que investe os recursos do PrevPalmas exclusivamente nos bancos oficiais. Deixou de ganhar R$ 16 milhões ano passado? Sim. Mas não perdeu nada. Quanto mais leio e reflito sobre estes fatos, mais me convenço que bem fez Andréia Stival. Não aceitou pressão. Não assintou embaixo. Saiu enquanto era tempo. |
13 de Novembro de 2024 às 15:18