Apesar de ressalvas, contas são aprovadas

09/12/2013 06/07/2020 16:33 289 visualizações

As reuniões do Conselho de Administração do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) também tiveram o objetivo de julgar as contas do instituto. E, apesar de ressalvas pontuais de alguns conselheiros, de 2011 para cá, as contas do Igeprev vinham sendo aprovadas mesmo com investimentos desenquadrados, Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) descumpridos e outras irregularidades constatadas pelo Ministério da Previdência Social (MPS).

 

No dia 24 de agosto de 2011, os conselheiros aprovaram as contas anuais de 2010, com ressalvas, e as contas do primeiro trimestre do ano corrente, desta vez sem ressalvas. Vale ressaltar que, de acordo com relatório do MPS, em 2010, ocorreram três aplicações no Fundo Patriarca Private Equity que tinha papéis do Banco BVA e contabilizou um prejuízo de R$ 57 milhões.

 

Nas atas de reunião do Conselho de Administração também consta aprovação das contas mensais de junho a agosto de 2011, novamente períodos em que aconteceram investimentos em fundos contabilizados como perda pelo MPS.

 

No total foram 32 aplicações "temerárias" em fundos de investimento que passaram sem notificação pelo Conselho de Administração que, com pareceres avalizadores do Conselho Fiscal, aprovava as contas do Igeprev apesar de investimentos irregulares, que causaram prejuízos ao Igeprev, totalizarem R$ 153 milhões em aplicações realizadas em fundos com papéis do BVA.

Ressalvas

Os primeiros questionamentos a respeito das contas só começaram a aparecer nas atas de reuniões do Conselho de Administração em 22 de maio de 2012.

Na data, um dos conselheiros questionou as aplicações em fundos desenquadrados contrariando determinações do MPS, justamente o que viria a ser alvo de ações do ministério que quase culminaram na perda do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP). Atualmente o CRP do Igeprev é mantido por meio de TAC.

 

Nas reuniões de 10 de julho e 16 de outubro de 2012, o questionamento quanto às aplicações é repetido, e mais uma vez as contas são aprovadas mesmo com indícios de irregularidade. (Rodrigo Correia)