Mídia tocantinense destaca problemas no atendimento pelo Plansaúde

27/06/2013 27/06/2013 12:01 344 visualizações

PLANSAÚDE

Sem receber, médicos voltam a suspender atendimentos

 

Sisepe registrou mais de 100 reclamações de usuários nos últimos dias e Simed diz que fatura está atrasada em um mês

 

JTO 27.06.2013

Usuários do Plansaúde, plano de saúde dos servidores públicos estaduais, voltam a reclamar da suspensão nos atendimentos por parte dos médicos. Eles contam que os profissionais estão deixando de atender justificando a falta de pagamento por parte do governo. O plano conta com mais de 90 mil usuários, dentre titulares e dependentes.

 

Uma usuária do plano, servidora da Secretaria Estadual da Educação e Cultura, que preferiu não se identificar, declarou que está com dificuldades para achar médicos conveniados. "Tenho ligado para marcar consulta com dermatologista e endocrinologista e não acho nenhum. Ninguém quer mais atender o Plansaúde porque diz que não recebe", disse.

 

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro, contou que já são mais de 100 reclamações de usuários feitas ao sindicato pela falta do serviço. Segundo ele, o governo do Estado permanece com pendências financeiras e que alguns dos repasses do Plansaúde estão sendo feitos com atraso. "São muitas reclamações ao sindicato, principalmente, de mulheres que estão grávidas e de pessoas que precisam de atendimento especializado. Só que nenhum profissional é obrigado a trabalhar de graça", frisou.

 

Pinheiro lembrou que, na assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ocorrida em abril, o governo havia proposto repassar os recursos financeiros referentes ao pagamento dos atendimentos realizados através do Plansaúde, diretamente a hospitais e médicos, mas que isso não está sendo cumprido. "Nós pagamos todo mês o mesmo valor e quando precisamos do plano ele está suspenso. O governo diz que está fazendo o repasse e joga culpa na operadora Unimed, mas, conforme a lei de saúde, ele tem que gerenciar quem está operacionalizando o serviço", frisou, acrescentando que quer conhecer o projeto do governo de criação do Conselho de Administração do Plansaúde, que será responsável por fixar as políticas e diretrizes do plano.

 

ATRASO

A presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), Janice Painkow, contou que a fatura de pagamento dos médicos está atrasada em um mês. "A fatura que era para ser paga em 25 de maio até hoje [ontem] não foi quitada. Com isso, os médicos vão ficando descontentes e deixam de atender, prejudicando assim o usuário. O governo não está dando a devida importância ao Plansaúde", comentou.

 

O defensor público Arthur Luiz Padua Marques, que contribuiu na elaboração do TAC, informou ao JTo que ficou sabendo do problema de atrasos nos repasses pela imprensa e que hoje solicitará informações do governo sobre os repasses e empenhos feitos. De posse das informações, poderá pedir a punição prevista no TAC.

 

A Unimed Centro-Oeste foi procurada para comentar o problema, através de sua coordenação no Estado, mas nenhum representante foi localizado até o fechamento desta edição.

 

SECAD

Em nota, a Secretaria da Administração do Estado (Secad) negou o descumprimento do TAC e afirmou que os pagamentos das parcelas em atraso estão sendo feitos dentro dos prazos estipulados. A secretaria solicitou que o usuário que tiver problemas com atendimento médico e hospitalar deve entrar em contato com a Diretoria de Assistência ao Segurado, pelos telefones 3218-6960, 3218-7218, 3218 7233, 3218-7221, e informar o nome do médico\unidade de atendimento, a data e o motivo alegado para o não atendimento.

 

Plansaúde

Em março passado, os médicos e clínicas credenciados ao Plansaúde fizeram mais de dez dias de paralisação devido à falta de repasses. Após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), os atendimentos foram normalizados, mas agora voltam a ser afetados devido a um novo atraso nos pagamentos.

 

Fonte: Reportagem de Jurbiléia Pinto, publicada no Jornal do Tocantins de 27 de junho de 2013