Em nota superficial, Secad promove novo sistema e não responde pontos de preocupação dos servidores
A Secretaria Estadual de Administração (Secad) afirmou em nota que o Sistema Integrado de Consignações (SiConsig) estava ficando sobrecarregado e já não suportava o volume de consignações que são solicitadas pelos servidores. Por isso, conforme a pasta, houve a necessidade de ser trocado pelo sistema privado chamado GRConsig, do tal Instituto Brasilcidade (IBC). A Secad garantiu na nota que foi entregue uma cópia do convênio com o IBC ao Sindicato dos Servidores do Estado (Sisepe) na quarta-feira, 3.
Vantagens do novo sistema
Conforme a Secad, o novo sistema tem identificação biométrica, o que garante a segurança da operação, pois apenas o servidor consegue liberar empréstimos. "Com isso, os servidores vão passar a ter um sistema totalmente a prova de fraudes", defendeu a secretaria.
A secretaria ainda ressaltou que o governo não paga "nenhum real para a empresa" contratada. Ainda defendeu que o sistema é vantajoso para o servidor, "já que o funcionário que se cadastrar vai ganhar um cartão, que possibilitará ter descontos em muitos estabelecimentos comerciais, incluindo farmácias. Em alguns casos, os descontos serão de até 70%".
Até auxílio funeral
A Secad destacou outras vantagens para o servidor, com o cartão que vai receber: acesso a cursos de educação financeira, serviços odontológicos e até seguro de vida com auxílio funeral.
Pontos não respondidos
A nota da Secad cuidou da "perfumaria" e não respondeu o essencial observado pelo presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro:
1. O Sisepe não disse que o governo ia pagar alguma coisa, mas afirmou que o custo dos bancos será maior e as instituições financeiras vão repassar isso para o servidor, através de uma taxa de juros mais elevada. O IBC vai cobrar dos bancos 1% mais taxa de administração. Esse ponto não foi sequer citado na nota da Secad;
2. A secretaria também não negou que 1% dos valores dos contratos iam para o Fundo de Qualificação do Servidor Público, e era usado para financiar a Escola de Governo. Esse 1% agora será embolsado pelo tal Instituto IBC, conforme o Sisepe.
3. Cleiton Pinheiro disse que o sistema financeiro de Palmas pode ficar monopolizado, já que o IBC atuará como intermediário entre banco e servidor, com tendência de indicar a instituição financeira que pagar maior taxa de administração. Esse ponto também não foi negado nem comentado pela nota da Secad.
Confira a íntegra da nota da Secad:
"Em resposta a nota Secad troca software de consignação próprio por outro privado, Sisepe teme alta de juros e levanta suspeita: “Tem alguma coisa por trás”, a Secretaria da Administração esclarece o seguinte:
- O software que o Estado tinha estava ficando sobrecarregado e já não suportava o volume de consignações que são solicitadas pelos servidores;
- O novo sistema tem identificação biométrica, o que garante a segurança da operação, pois apenas o servidor consegue liberar empréstimos. Com isso, os servidores vão passar a ter um sistema totalmente a prova de fraudes;
- O governo do Estado do Tocantins não paga nenhum real para a empresa, que foi contratada via convênio;
- O novo sistema é muito vantajoso para o servidor, já que o funcionário que se cadastrar lá vai ganhar um cartão, que possibilitará ter descontos em muitos estabelecimentos comerciais, incluindo farmácias. Em alguns casos, os descontos serão de até 70%;
- Também por meio desse cartão, os servidores terão acesso a cursos de educação financeira, serviços odontológicos e até seguro de vida com auxílio funeral;
- A cópia do convênio foi sim encaminhada para o Sindicato dos Servidores Públicos, através do ofício n.º 925, de 2013, recebido pelo Sisepe no dia 3 de julho deste ano. Além disso, a Secad se coloca disposição do sindicato para qualquer esclarecimento".
Disponível em: http://www.portalct.com.br/blogct/2013/07/05/55277-em-nota-superficial-secad-promove-novo-sistema-e-nao-responde-pontos-de-preocupacao-dos-servidores