Secad troca software de consignação próprio por outro privado, Sisepe teme alta de juros e levanta suspeita: "Tem alguma coisa por trás"

08/07/2013 08/07/2013 21:59 243 visualizações

Secad troca software de consignação próprio por outro privado, Sisepe teme alta de juros e levanta suspeita: "Tem alguma coisa por trás"

Tem uma história aí que promete muito barulho em breve. O blog tem acompanhado há semanas o andamento nos bastidores, muito silenciosamente, contudo, traz o assunto a público agora porque o Sindicato dos Servidores do Tocantins (sisepe) está muito preocupado com a situação. A Secretaria Estadual de Administração (Secad) trocou o Sistema Integrado de Consignações (SiConsig), que gerava recursos para a pasta, por outro privado, chamado GRConsig, de um tal Instituto Brasilcidade (IBC). A troca, na verdade, diz o Sisepe, gera uma série de problemas para o servidor. Ainda mais que o sindicato oficiou a Secad, mas até agora não recebeu a cópia do contrato com o tal Brasilcidade. "Está muito estranho, a coisa é totalmente obscura", criticou o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro.

Deixa de faturar para pagar

O primeiro problema apontado por Pinheiro é que a Secad deixa de faturar para pagar pelo sistema de consignação. Isso porque o SiConsig foi desenvolvido em 2005 pela própria Secad, e é um software que se tornou referência no País. Além de ser uma tecnologia construída a custo zero, gerava lucro porque os bancos pagavam 1% sobre as operações contratadas pelos servidores. Esse dinheiro ia para o Fundo de Qualificação do Servidor Público, e era usado para financiar a Escola de Governo.

1% + taxas = mais juros para o servidor

O presidente do Sisepe disse que agora esse 1% vai para o tal IBC, que ainda cobra uma taxa de administração dos bancos - fontes das instituições financeiras dizem que essa taxa é bem salgada. A preocupação de Pinheiro é que esse aumento do custo operacional dos consignados não será absorvido pelos bancos. "Banco trabalha com lucro, por isso, estamos certos de que o banco vai cobrar essa taxa do servidor, com aumento de juros dos empréstimos", disse Pinheiro.

Monopólio do sistema financeiro de Palmas

Para o presidente do Sisepe, o problema pode não acabar por aí. Ele avalia que a contratação do tal IBC poderá gerar um monopólio do sistema financeiro de Palmas. Conforme o sindicalista, o instituto é um intermediário entre os bancos e os servidores. "O IBC vai indicar para o servidor o banco que pagar maior taxa de administração", previu Pinheiro.

Não recomenda

O Sisepe reclamou que nunca foi sequer procurado pela Secad ou qualquer outro representante do governo para ser informado sobre a troca do SiConsig pelo tal IBC. "Enviamos ofício para ter acesso ao contrato e nunca foi respondido. Tem coisa por trás disso, porque se não somos informados, não temos acesso a documentos, então, algo está errado", questionou Pinheiro. Dessa forma, ele disse ao blog que o Sisepe vai fazer uma recomendação aos servidores: "Enquanto não for bem explicado, vamos recomendar que os servidores não busquem consignados por esse novo sistema", avisou.

Disponível em: http://www.portalct.com.br/blogct/2013/07/05/55272-secad-troca-software-de-consignacao-proprio-por-outro-privado-sisepe-teme-alta-de-juros-e-levanta-su