JORNAL DO TOCANTINS, 14 de janeiro de 2014
Entre pontos ainda sem discussão estão projetos de lei que alteram estrutura de instituto, além dos problemas de gestão
Rodrigo Correia
O fim do ano de 2013 trouxe a proposta de uma reunião entre governo estadual e sindicatos para discutir a situação do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), feita pelo secretário estadual de Administração, Lúcio Mascarenhas, durante audiência pública no Senado no dia 10 de dezembro. Mas, após mais de um mês sem o cumprimento, os sindicatos cobram "seriedade" do governo.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sisepe), Cleiton Pinheiro, amanhã deve ser realizada uma reunião com os presidentes de sindicato, na sede do Sisepe, para discutir uma "mudança na maneira de cobrar do governo a seriedade sobre a pauta de assuntos do Igeprev". "Antes mesmo da reunião, já há o indicativo de todos os sindicatos de que se o governo não levar a sério a pauta de discussão sobre o Igeprev, vamos iniciar as manifestações por todo o Tocantins", disse Pinheiro, por telefone.
Movimentação
Ainda segundo Pinheiro, entre as iniciativas que podem ser adotadas pelos sindicatos estaria a proposição de um projeto de lei de iniciativa popular com as alterações pretendidas pelos sindicatos na estrutura administrativa do Igeprev. "Se o governo insistir em não manter o diálogo, vamos buscar um projeto de lei de iniciativa popular para incluir o que queremos, que são funcionários de carreira na administração do Igeprev", destacou.
Além da reivindicação sobre a estrutura do Igeprev, os sindicatos querem saber como está sendo feito o novo trabalho do atual presidente do Igeprev, Francisco Flávio Sales Barbosa. "Houve mais uma mudança na gestão do Igeprev e os sindicatos ainda não foram chamados para discutir as questões importantes", disse a presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol), Nadir Nunes.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), José Roque, destacou que uma ação judicial contra o governo não é descartada. "Podemos até mesmo entrar com uma ação para que o governo apresente os culpados pela má gestão no Igeprev", afirmou.
Respostas
Procurado pelo Jornal do Tocantins, o novo presidente do Igeprev afirmou, por meio de sua assessoria, que ainda não daria entrevistas ou falaria sobre o trabalho que desenvolve no instituto. O secretário estadual de Administração, Lúcio Mascarenhas, também por meio de sua assessoria, informou que a reunião com os sindicatos será marcada após um encontro do Conselho Gestor do governo estadual, "ainda este mês", conforme informação da assessoria.
Histórico
A situação do Igeprev, que tem aplicações irregulares com prejuízo, até o momento, de R$ 153 milhões segundo o Ministério da Previdência Social (MPS), segue sem explicação por parte do governo estadual. Em dezembro de 2013, o governo mudou o comando do Igeprev pela terceira vez no ano.
Após a eclosão da operação Miqueias da Polícia Federal, Rogério Villas Boas deixou o órgão, sob suspeita de envolvimento com uma quadrilha especializada em fraudar fundos de investimento. No dia 27 de setembro de 2013, assumiu a presidência do Igeprev, Rodrigo Gomes de Oliveira, que saiu menos de três meses depois para a entrada do atual gestor, Francisco Flávio Sales Barbosa.