CPI do Igeprev
BARBOSA NÃO FALA DE IRREGULARIDADES
Presidente de instituto garante que fundo previdenciário conta hoje com R$ 3,2 bilhões
Aline Sêne - Palmas
27 de agosto de 2014 (quarta-feira)
O presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Francisco Flávio Sales Barbosa, se negou a falar sobre as ações e aplicações irregulares que teriam sido feitas pelos os ex-gestores do instituto. Na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Igeprev, Barbosa se negou a falar sobre período anterior à sua gestão.“Não quero saber do que ocorreu antes”, disse.
O presidente da CPI, Stalin Bucar (SD), suspendeu a reunião antes de Barbosa terminar de responder às perguntas do deputado Sargento Aragão (PROS), ficando os demais deputados membros da comissão: José Roberto (PT), José Bonifácio (PR) e Ricardo Ayres (PSB) sem formular suas perguntas.
Contudo, após manifestação contrária dos deputados, Barbosa acrescentou, no seu depoimento, que as ações que causaram prejuízo ao Igeprev estão sendo apuradas, contudo frisou que não responde pelas ações feitas antes dele assumir o Igeprev, em dezembro do ano passado. “Excluo-me dos problemas deles (se referindo aos ex-gestores)”.
Barbosa frisou que o Igeprev conta com um fundo de R$ 3,2 bilhões hoje, com um rendimento médio de R$ 30 milhões ao mês, e que “o dinheiro da aposentadoria dos servidores está no Igeprev”, afirmou o presidente em resposta a questionamentos vindos da plateia que acompanhou a reunião.
Aragão perguntou a Barbosa se ele conheceria José Carlos Cademartori, que seria um suposto lobista, assim como se conheceria também o ex-presidente do Igeprev Rogério Villas Boas, mencionado na Operação Miqueias, investigação feita pela Polícia Federal, e o ex-presidente do Conselho de Administração do Igeprev e ainda se conheceria o ex-secretário estadual Eduardo Siqueira Campos.
Barbosa disse que conhece Cademartori de Palmas e sabe que ele mora em Brasília. Já Villas Boas e Eduardo Siqueira, o presidente afirmou que não os conhece. “Fui apresentado ao Eduardo Siqueira no dia da minha posse como secretário, nunca mais o vi”, disse.
Em relação às aplicações em fundos detentores do Grupo BFG Foodservice, que opera a rede de restaurantes Porcão, Barbosa disse que o grupo estava em processo de falência e o Igeprev entendeu que seria melhor possibilitar a recuperação da BFG. “Essa foi uma decisão tomada por um gestor anterior, mas dei continuidade à incorporação de fundos do grupo, pois a operação tinha sido aprovada pelo Ministério da Previdência Social (MPS)”, disse Barbosa.
Exaltado, Aragão disse que Barbosa mentiu ao responder as suas perguntas na CPI. “Se o senhor estivesse sobre juramento poderia mandar prendê-lo agora”, disse Aragão. O deputado disse que Barbosa deveria apresentar um extrato que comprove o Igeprev ter um fundo de R$ 3,2 bilhões.
A polêmica também provocou tumulto na plateia que acompanhava a reunião com cartazes e manifestações. Stalin disse que não poderia continuar com a reunião da CPI em razão da confusão e suspendeu a sessão. A atitude gerou reação dos presentes e houve uma discussão entre Stalin e presentes na plateia.
Publicado no Jornal do Tocantins do dia 27 de agosto de 2014.